Quantos de nós.

O fazemos para
sermos merecedores
desde caminho ?

Morteza Katouzian

Otimismo ou esperança

Por não poder nascer
Morri
Por não poder chorar
Sorri
Por não poder errar
Criei
Por não poder crescer
Menti

E nem havia janela...

Imagem : Iraniana /Morteza Katouzian

A entrega

Por vezes
pode ser solitária

Jacqueline Marr Gravitate II
2006 OIL 130cm x 130cm

Outros olhos

klimt1the Kiss- Carl Moroder




Dou-me a ti
Entrego-me a ti
Corpo
Alma
Agora sou vocÊ.

No íntimo

Esta obra de
Rene Margritte
remeteu-me a
sequÊncia natural
do post anterior

Hoje

Hoje
Estou me reconstruindo
Novamente
Como sempre
E após cada emoção

O diferencial

Em algum momento
a humanidade esqueceu
que é responssável
pelo livre arbitrio.
Desgastando-se ,
procurando
culpados.



Obra de
Morteza Katouzian

Hoje resolvi descansar

Hoje resolvi descansar
Resolvi
Esquecer problemas no trabalho
Esquecer os Happys obrigatórios com clientes
Esquecer que ministro aulas na faculdade
Esquecer que os alunos copiam teses na internet

Esquecer que o trÂnsito está caótico
Esquecer que minha sogra virá passar férias em casa
Esquecer que não comprei a ração do cachorro
Esquecer que não paguei a hipoteca da casa

Esquecer que há pais matando filhos
e filhos matando pais
Esquecer que há aquecimento global
Esquecer do maremotos,terremotos e quetais

Esquecer que ainda há guerra
Esquecer das vaidades do poder
Esquecer da sÊca e das enxentes
Esquecer que há pessoas sem comer

Hoje estou me dando uma pausa
Pra poder esquecer e tomar fÔlego
Para continuar lutando e lembrando
Do que não devo esquecer

Se meus olhos estivessem em minhas mãos...

Tomaria cuidado nos cumprimentos
Escolheria melhor as faces a serem beijadas
Lavaria as mãos mais constantemente
Dormiria com as mãos no bolso e em qualquer lugar

Te acharia com mais facilidade entre a multidão
Um adeus sempre úmido em lágrimas seria
Um abraço nunca me trairia
Menos ainda um aperto de mão

Quando lhe oferecesse as mãos
Estaria oferecendo também minha visão
ExperiÊncias vindas de um somátorio do tempo

Um aplauso seria seguido de um piscar
E um piscar a mão fechada
Que não mais denotaria violÊncia ou mesquinhÊs

Se meus olhos estivessem em minhas mãos
Eu pegaria as suas mãos
Para que juntos pudéssemos ver o mundo
Na palma de nossas mãos

Momentos

Alguns momentos fogem de minha alçada
Escorrem por entre meus dedos
Diluem-se na dosagem do que não é devido
Epígona que sou do amor, lamento
Importuna-me tua displicencia

Homenagem ao artista

“O Beijo” de António Tapadinhas
Óleo sobre tela 80x60

Entrelaça-me
Mimetiza-me neste sentimento
que me toma

Toma-me
Entrelaça-me nesta emoção
que me dilui em teu corpo

Mimetiza-me
neste diluir de paixão
que me enche vida

Amor

Só na Ficcção

Existem verdades pela metade?

Atenção a vida

Olhar
e ver
é sempre
mais seguro.