quinta-feira, 26 de março de 2009

Partes de mim



Impávido cérebro que não mente
Impede o coração picado
por vil serpente
Não nego,
Amei
Coração inquietante bloqueia a consciência humana
o pecado já se fez
Não nego,
Amei
A mão tocou seu corpo nu
Imaginariamente em chamas
Calei-me frente a teu renascimento
Não nego,
Amei
Meus lábios que outrora disseram te amo
Hoje colados pela dor de um errante
Não permitem que palavras vãs soem ao vento
Não nego,
Amei
Meus braços,
Ah! meus braços...
Que receberam teu corpo carente e quase inerte
Estão cruzados em "xis"
Eis a questão
Não nego,
Amei
Meus pés agora levam-me longe
Distante de ti
Não posso ver-te
Diz a razão
Tatuaste a alma
Diz o coração
Não nego,
Amei
... e estou em pedaços.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Concessão

Quando o poeta permite que as palavras possam fluir
Assim, do nada
Ele sabe o que está dizendo
Quando o poeta permite a construção lúdica do amor
Assim, do nada
Ele sabe porque esta sentindo
Quando o poeta permite a sequência sem rima
Ele certamente espera uma emoção
Quando o poeta nos chama
Ele certamente deseja nossa atenção
Para versos reversos
Rimas no ritmo do coração
Métricas no pulsar da paixão
Quando o poeta permite a leitura do seu eu poético
Entrega-se ao não poder
Viver o que deseja no seu íntimo
Quando o poeta relê seus versos
Vive novamente o não vivido
Beija lentamente os lábios da amada
Entrelaça seus braços ao dela
Fita-a com ternura e diz:
- Amor... nunca rimará com dor

segunda-feira, 9 de março de 2009

Liliana - por Ricardo Fonseca de Alcântara

Acariciando a água num viver nunca visto por mim
Lá estava ela
Instrospectiva
Quase em ostra
Movimento lentos no pensar
Ritmo da alma
O reflexo da lua,por vezes,a iluminava
como se iluminam as estrelas no palco
Unica,perfeita,apenas ela em seu solo na vida
Monólogo do prazer de viver
Sereia por decisão e pedir do corpo
E lá estava ela, pontualmente a iluminar meus sonhos